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Confluência


Se entreolhar e sentir a distância se agigantar
Perceber um abismo em nossos pés
Todo sonho escorrendo sem parar
como a areia de uma cruel ampulheta
Indo pra não mais voltar.
Tanta dor em farpas trocadas!
Tapas que o tempo não para de dar
Ofertamos a outra face, passivamente?!
A natureza não é pacífica
Não chegamos aqui apenas para morrer
Preciso viver, precisamos crer!
Nego que viemos para o sofrer.
Dos meus poros flui paixão
Desejos que assaltam o peito
Já foi escolhido esse viver,
Um acordo mútuo onde não cabem trapaças.
A pele sente o vento da indiferença
Mas o clima é quente, ferve
Uma ebulição de tudo que pode dar certo.
Rasguei o passado assim como a alma de tantas vindas
Mil faces de mulher vivida que sabe ser homem também.
Estamos além do que dizem ser o certo,
Somos acúmulo de erros, dos mais bem vividos.
Sem amarras, sem algemas
Que a cura flua como pura fantasia para voar
Flutuar além dos problemas
Para que sintamos mais vida
Numa conjunção que seja apenas amar.

Marta Vaz



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