Nua sob o luar claro;
Suave voz de cor cristalina.
Nossas vezes raras porém intensas.
Cálido silêncio, provocante.
Delírios febris;
Calafrios, suores frios...
Não saberia nunca, se não provasse.
Prova de fogo e dor;
Indispensáveis para ferver nesse amor.
Tudo se faz manso madrugada a fora.
Repousar sob seu peito;
Enquanto no mundo está o burburinho lá fora.
Estive em seus passos, sem ser notada;
Vivendo desacompanhada,
E acompanhando cada nota que emitia.
Infiltrada nas entranhas de sua tez.
E no agora outra vez;
Caminhando a passos calmos,
Uma espera longa aos desejos meus.
Suave a volúpia do encontro, tão natural!
Mas nada foi igual, ou talvez sim?
Iguais somos nós em corpos tão diferentes!
Nas vontades, na coragem e mágoas também.
Talvez ninguém possa saber...
Ou será que todos já sabem?
Acredito que não.
Sua boca devora o que separa,
Enquanto expele a mentira convincente.
Será que verdadeiramente não sente?
Ou foi mais uma de suas fugas?
Estratégia de mudas ilusões.
Mas o que aquece também pode queimar;
E nas marcas eu vou estar.
Assim quando fitares o espelho
Ou em qualquer direcção a esmo,
Saberá exactamente onde colherá as flores,
E onde estarão os espinhos do caminho.
Estarei talvez só ou muito bem acompanhada;
De uma solidão rara...
Sofreguidão das pausas de uma canção,
Que eu mesma compus.
Marta Vaz