Páginas

Apenas passado.


Chuva constante na alma;
Molhava paredes do interior.
No escuro rondavam sombras,
Ilusões ou únicas companheiras?
Sonhos desfeitos como cartas devoradas por traças.
O que seguia, perseguia sem tréguas.
Fazia frio lá...
Onde estava a alegria?
Fora devorada ou partira com a esperança?
Seriam tão ligadas assim?
Quando saiu, fechou a porta;
Levou a chave consigo.
Lembranças estavam em quadros.
Quadrados habitavam a cabeceira,
Delimitavam as sensações.
Não usava sapatos,
Alimentava com migalhas ratos.
Pegadas mostravam o caminho da volta.
Desejava apagar passos.
Desatava embaraços,
Fluía sem deixar pistas.
Comburente ausente,
Apagava a chama.
Marta Vaz