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Traços


Às vezes tão parecidas,
Outras tão incompatíveis!
Lembranças rondam,
Desfazem-se no abraço;
Na leveza a mente gira.
Num passo o tempo escapa,
Esgotando a esperança.
Pensamentos em desalinho
Tanta vida, tanto amor!
Na palma da tua mão
Muitos traços em um laço.
Compondo sonhos
Tecendo um único destino
Nossas reais confusões...
Duvidas não cabem mais
Talvez a pouca coragem,
Com o muito da vontade de ser feliz.

Marta Vaz

Picture by Angel Estevez





Intuições


Passa dia, escorre as horas
Antes tarde, não demora
Olha atenta aos caminhos
Pensamentos em desalinho
Quando é encontro, tudo breve
Um sorriso em toque leve
Tudo se faz na intuição

O tempo é aliado
de mais de uma solidão
A espera que chegue ao fim
mas não depende só de mim
Sendo franca no mistério
o jogo da vida não tem rima
e passo a minha vez.
Dê o próximo passo...
Visto as pausas
no pulso que desatina.

Marta Vaz e Jefferson Souza




Meu destino


Procurei o motivo da tristeza
Por quem tanta saudade?
Lembranças tão reais no imaginário
Traziam sinais desconexos.
Tantos tons...
Matizes desbotados pelo tempo
Eu apenas sentia e pouco via
Toda uma existência, algo tão assustador!
Sorvia o amor, por vezes dor...
Naquela busca intensa
Foi quando surgiu algo diferente
Apenas uma em tantas...
Lembranças remotas na mente
Só ela na minha frente
A saudade materializada em gente
De um olhar penetrante
Pude sentir a sua respiração
E toda separação que fora imputada
Não sei o que à você represento
O que eu sinto?
Sentimento que não sei o nome
Talvez seja o amor?!...
Mas é bom demais!

Marta Vaz






Vivência a dois



Você é um anjo de asas machucadas
e eu não suporto falar de anjos
que pra mim eles não existiam
E não mereciam meus devaneios poéticos
porque sempre me foi um clichê natural
esteriótipo de ser sentimental
Asa, corpo, doce, corpo, voz e expressão
beleza, inspiração, doçura, alucinação
prosa que pousa na poesia
narrativa que irradia calmaria
Anjo que não suporto traduzir
asas que se abriram pra mim
generosidade que se fez assim
sussurro surreal de inteligência
com clemência costumeira dos sábios
Que também não sabe por onde ir
voando assim, rasgando o Rio
voo rasante do amor
Direita na curva fechada
esquerda na madrugada
seriedade na calmaria
olhos sérios pensando onde voar
Espaço aéreo a invadir
coração para pedir autorização
respeito o arbítrio, anjo livre
pronto para aceitar a sua condição,
medo do divino espetáculo…
Vivência a dois
———————————————-
Do meu amigo Jefferson Souza
www.poetadiferente.com
Para Marta Vaz

Cantar você



Cantar me dá prazer, 
Quando canto estou sempre com você 
Sou intensa
Sinto a paz.

Marta Vaz

Teu Mar



Tanto mar, tanto mar...
Escondem correntes que arrastam vidas.
Aprisionam, atam e matam;
Tanto sentimento...
Ondas que se quebram
Solidão que vai e vem
Tanto amor, tanto amor...
Em meio à tormenta
A espera de quem olha e pouco vê.

Marta Vaz

Foto de Ana Carolina - Mar de Angra