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Espinhos


Não toque minha pele,
Não troque meu nome.
E não me chame,
E não me ame.
Eu não preciso de restos,
Nem migalhas de alguém.
Nem mais sobrenome,
Para dizer quem eu sou.
Não sou sua!
Nunca pertenci a ninguém.
Vivi breves momentos,
Como num passeio de trem.
Sinto e reconheço,
Que minha vida é por um triz.
Paredes não me prendem,
Nem o passado que fiz.
Amei e não nego!
Finja que não viu,
Mas não seja totalmente cego!
Sem perdão e insegurança;
Não devemos nada,
Nem carinhos e nem lembranças.
Tudo que tive,
Entreguei a você.
Agora é tarde!
Pare! De se arrepender.
No meu jardim não nasceram mais flores,
Só espinhos por grandes dissabores,
E se canto mais uma breve canção;
Não se iluda,
Num segundo tudo muda...
Basta!
Engula meu não.

Marta Vaz

A câmera que filma os dias: AS CANÇÕES DE JOSÉ 2: ODISSÉIA

A câmera que filma os dias: AS CANÇÕES DE JOSÉ 2: ODISSÉIA: "Muita gente me pergunta sobre a letra de Odisséia. Ela se distingue das demais canções do disco pelo vocabulário e quantid..."

A forma poética encanta-me,
Mesmo sentindo a agonia em certos momentos.
O desejo de percorre-la é maior do que eu.
Não há como não se apossar da sua "odisséia cantada"!
Aquilo que parece adormecido,
Se esquiva, luta, mas tem fome e quer mais.
Sinto-me gestando um ser mitológico;
A cada palavra sorvida com a melodia.
O inconsciente se aflora,
E agora...
Ignora e rí das realidades tão consistentes!
Admito que já esteve aqui antes de ser.
Concordo com Jung, sou fã incondicional dele.
E hoje de você também.
Não é óbvio o que cria...
Faz-me pensar quantos se esforçam ou não, para sentir a ideia.
Não é fácil estar nessa Odisséia!
Mas é fantástico o que ela pode criar!
Lembrar dos nossos ancestrais,
De uma forma tão biológica!
Gosto disso, elucida tantas coisas em mim.
Mas interessante do que a história é o como a transforma,
Criando uma liberdade tão peculiar,
Para cada um percorrer a própria "Odisséia".
Sucesso, sempre!
Marta Vaz

Compulsão


Procuro desesperadamente!
Escuto cada palavra de uma música.
Busco a poesia na melodia,
Tento encontrar toda melancolia.
A semente plantada em mim,
Deu frutos doces,
Em flores semelhantes ao jasmim.
Ainda olho a lua,
Percorro as ruas.
A cada sinal olho ao lado,
Um dia pode ser você?!
Caio, sinto o chão rente ao rosto;
Sinto o cheiro dos seus passos,
Rastros gravados em mim.
Ergo-me mais uma vez,
Desistir não faz parte do que escolhi.
Faço pose, sinto as nuvens;
A tempestade ainda não passou.
Sinto os primeiros raios,
O Sol chega com o som!
E nessa explosão de cores,
Exponho minha compulsão.
Fragilidade,talvez?!
Fraqueza, não!
Como o cristal do cristalino de seus olhos,
Encontro a reflexão de todo amor que sou.
Marta Vaz

Seu


Sonhei com seu rosto.
Abracei sua silhueta,
Cheguei a sentir o calor dos seus braços,
Nesse longo e terno abraço!
O toque suave das suas mãos por baixo do meu vestido.
E as palavras sussurradas no ouvido;
O cheiro do perfume na nuca, delicioso!
A lembrança do olhar através daquela janela.
O torno e o retorno,
Em cada vez que cruzávamos um olhar.
Tanto desejo!
Eu fingia não ser comigo;
Preferia ser apenas o amigo.
Mas que desejo é esse?!
Desconfortável por ser maior que eu.
Insensato por natureza;
Breve por tão intenso!
Inesquecível por ser
Exclusivamente seu!
Marta Vaz


Hoje encontrei um Zé...
De ninguém nada tem.
Esse Zé tem história;
Memórias e boa comunicação.
Encontrei-o por acaso,
Numa dessas estações.
Em que há vida e ela não para;
Em meio à tantas informações.
Estava lá ele, o Zé...
Tive vontade de segurar-lhe a mão,
Num breve cumprimento.
Dizer-lhe algo semelhante a um olá?!
Não, não seria apenas mais um olá...
Seria não, foi!
Não precisei dizer-lhe nada!
Pois ele é a voz...
Que em muitos fala e a muitos cala.
Nas vielas e becos de uma rede;
Na banda larga que o tempo fez-me passar.
Valeu Zé!
Marta Vaz

Rodopio


As vezes sinto-me tola,
Quantas vezes nua!
Poucas vezes rasa,
Outras vezes muda.
As palavras embriagam,
Fazem a cabeça rodopiar.
Um giro sem nexo, sem retrocesso;
Ponho-me a alcançar.
Tudo que por aí passar,
Seja doce ou amargo em fel.
Nada sem importância.
Não existe espaço à ignorância,
Quando se escolhe um caminho
Seja este linear ou em desalinho...
Mesmo que tudo o negue,
O teor de cada palavra eterniza-lo-a.
Marta Vaz

Medo


Medo de perder o que não se tem...
De viajar de trem.
De casar ou descasar com alguém?!
Medo sem fundamento!
Sem completar o pensamento.
Lutar para ter o que não se tem.
Não temer nada e alguém.
Não atropelar para não se machucar.
Medo de errar?
Rir do que dizem ser o certo!
Caminhar pela simples liberdade de ser;
O que quiser e desejar.
O que teme vai chegar!
Se não teme não saberá quando passou...
Sou mais as pessoas,
Com tudo de bom ou ruim que trouxerem...
Do que a infelicidade de recusa-las pelo medo de alguém.
Marta Vaz

Sentimentos


Hoje estou sentindo saudade,
Talvez a que sempre esteve em mim.
Aquela de ter sonhos;
Ou de algo que nunca conheci?
Aqui ou em Bariloche;
Em Veneza ou Paris,
Ter a certeza de sentir o que perdi
Manchas pairam no chão
Sombras dos pássaros que sobrevoam minha mente
Manchas nas roupas e nas mãos
Do que se derramou e virou Arte.
Transbordei tanto amor!
Transformei tudo em dor;
E a dor em saudade.
Dói menos sentir saudade?
Escapam lágrimas,
Rolam e borram a tela.
Nada melhor para se retratar o momento.
Marta Vaz

Traição


Quem trai precisa de um impulso para realizar o ato.
Sangue quente, pelo desejo ou pela ira de ser traído.
O sangue corre rápido, bombeado pelo coração,
Centro metafórico das emoções.
Registro de um momento que vale uma vida
A vida que valia o sangue;
Antes da traição acontecer.
Marta Vaz

Le bruit des couleurs


Ainsi, de nombreuses questions autour des lignes de ses chansons
Tant de mots échangés
Echange de nom
Ils disent que vous n'avez jamais parlé
Que veulent-ils?
Besoins d'amour, ton amour.
S'ils savaient ce à dire
Ne dites pas n'importe quoi!
Rien pour vous;
Rien à vous.
Souhaitez-utilisation plus les lumières et les chansons
Et les couleurs de sons
Ainsi serait vraiment entendre sa voix puissante
Et ne serait pas mensonge.
Marta Vaz