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Sempre Recomeços


Tantos caminhos, palavras desmedidas
Músicas, livros, em todo lugar...
Muitas perguntas, poucos gestos.
Certas ou erradas?
Respostas desencontradas 
Mas em nós pertinentes.
Incoerentes ou inocentes,
São nossas
Ora em mim outra em você.
Flores não crescem em lápides
Não precisamos de heróis mortos
E sim do desejo ardente, vivo
Já existente em nós.
Aquele que move 
Comove montanhas
Nas entranhas, nos poros escapa como Arte.
Ser eu ou você
Do anonimato ao estrelato
Simples ou complexo
Não paciência apenas.
Também ser a pressa
Ciumes quando distância
Beijos e cumplicidade
O sonhado... 
Também a coragem de um mergulho
Sem certezas...
E que as incertezas nos invadam 
Nos tragam 
Nos levem ao finalmente
E que no final sejamos recomeços.

Marta Vaz



Cúmplices do desejo

Marcas arranham o tempo
Farpas escapam do pensamento
Cores pálidas em peles nuas.
Mesclam com a solidão.
O amor sangra, escorre por entre os dedos
Ensejo, medo, tantas possibilidades veladas.
Reveladas só nas fotografias
E no toque do pincel a tela fria.
Mistura de sentimentos
em tons vibrantes.
Pulsa a vida,
Toca em uma canção.
Quando chega a noite
Sonhos são espalhados pelo chão
E um céu sorri daquela boca.
A lua brinda a ela com um beijo
Tudo é leve,
A falta é breve
A luz invade a sala em sorrisos fluidos.
Refletem toda falta pelo olhar
O calor inflama os corpos e o sofá.
Estão vivos novamente.
Matam o segredo
Arredam as dúvidas
Explicitam perversões
Agora,
Reféns e cúmplices do desejo.

Marta Vaz