Deixei de ler suas cartas
Mas nada apaguei da memória
Nem aquele seu toque atrevido,
Apertando minha cintura pelo vestido.
Eles nada sabem,
Que sorte a nossa!
Escapando, escorrem os sentimentos
Quanto tempo perdido!
O deles ou o nosso?
Os silêncios falam tanto!
Somos pura poesia
Vibrando em notas musicais
em proposital suspensão
Para durar além da normalidade.
Esse desejo pulsa, grita
Posso sentir o ritmo acelerar
Como os abraços que nunca vão nos roubar.
Sinto tudo, sinto muito,
por nunca deixar de sentir.
Nada foi embora e nunca irá
Coisas muito bem guardadas
Como na quase canção
que não chegamos a cantar
Pouco importa...
Nunca foi pouco, o tanto que está em nós.
Marta Vaz