Páginas

Chama

Você pode ter um olhar fascinante
Ter a boca mais deliciosa que provei
Um cheiro estonteante
E uma voz no mínimo marcante.
Mas nada disso é importante
Diante do amor que minto não sentir.
                                                      Marta Vaz



O encontro


Lembro o seu olhar,
Naquele abraço mágico.
Mãos ágeis 
Apertando a minha cintura 
Contra ou a favor da sua?
Fazendo-me totalmente nua
Sem muito no que pensar
Deixou-me quase sem ar.
Um segundo tão eterno...
Para que verbalizar?
Escapa-se o tempo,
Não quero perdê-lo.
Hoje a vida sorri a cada amanhecer
Retribuo,
Penso feliz!
Tenho o todo;
Aquilo que não pôde roubar
O encontro.
                        Marta Vaz








Exposição


Cheiro invade a sala
Percorre cada canto
Derrama  lembranças
Espalhando-as pelo chão.
Ouço um tom
Mudo de cor
Sinto a face rubra
E o corpo nu.
Por um instante a eternidade
Um portal se abre
Mas o véu continua lá...
Quando será?
Névoa que atordoa,
Sonho em construção.
Mão,
Toda impressão modesta
Muito do que resta
Dessa exposição.
                                  Marta Vaz



Minha oração


Quero o olhar de um discurso eloquente
A liberdade da opinião
A esperança do amanhã
A lembrança pela canção
Sentir o arrepio da pele
Como a memória do João.
Sentir o perfume que  traga
Fluir como água
Penetrar em vãos.
Afogar vontades em beijos
Ser o desejo ou a inspiração.
A mão estendida
Desejando a paz
Querer sempre mais
À face de conjugar o amar.
                         Marta Vaz