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Orquídeas


Hoje recebi orquídeas;

Com elas várias reflexões.

Dentre muitas uma destacou-se,

E disparou meu desabafo:

" Nunca retire a esperança de alguém,

essa pode ser a única coisa que essa pessoa tenha."

Escolhi algumas palavras para descrever algo muito meu:

Deus muitas vezes chama alguém muito querido;

Nesse exato momento parece retirar-nos toda esperança.

Mas ele sempre nos deixa algo novo;

Até mesmo pela transformação daquela matéria que era nosso amor.

As dores das perdas nos fortalecem,

Mas se principalmente a elas não ficarmos atrelados.

O inevitável da morte é a saudade!

Mas quantas saudades vivas existem?!

É isso que desejo imortalizar aqui;

Quando com a perda, vestiu-se de dor!

Retirou-se para selar seu inconformismo.

Muitos sofreram a perda, não só a pela morte.

Mas a tudo que por ela se fez deserto.

E naquele momento,

Você era a minha única esperança;

Atado a dor de uma perda que não voltaria mais.

Não tenho que lhe perdoar!

Arrancada como a orquídea,

Exalo a beleza e continuo a exaltar o amor.

Pois nem tudo é efêmero na vida.


Marta Vaz

Hoje


Hoje escolho a arte,

Qualquer forma de expressá-la.

Com ela amplio sentimentos,

Por ela exponho momentos.

Sem ela, não sei o que seria?!

Sendo noite ou dia,

Nada mais importa.

Quando com um beijo,

Selo o encontro do eu com o sou.

Sigo nesse caminho;

Assim nunca estarei sozinho.

Atado com a arte,

Sinto o meu coração.

Marta Vaz



A menina que vestia rosa



Ela era uma menina que vestia rosa.


Tocava em nuvens com os pés;


Doava sonhos!


Alguns chamavam-na de anjo;


Mas era mais uma menina que vestia seu sonho.


Ela não era "pequinês",


E isso a fez crescer.


Tornou-se adolescente,


Descobriu-se mulher.


E continuou a ter sonhos;


Só que não os doava.


Não lembrava como teria que fazer?!


Seus pés tocavam chão.


Muitas vezes andava em ovos, não mais em algodão.


Do rosa que vestia transformou-se em flor.


Ela conheceu o amor;


E as dores também vieram.


O sorriso deu lugar ao silêncio;


Hoje ela chora!


Pinta-se para disfarçar o pranto;


E o quanto o esquecimento a fez assim.


Uns dizem que se trata de um personagem dela;


Outros nem a reconhecem, ignoram-na.


Encontrei com ela.


Sabia que era ela!


Quando cruzamos o olhar,


Mesmo com tanto a lembrar!


Percebi que o aço do espelho mesmo frio,


Não muda, mesmo calado.


Ela em pedaços,


Refletida pela luz, era aquela!


Que um dia, um sonho fizera-me ter.


Marta Vaz