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Madrugada




Sinto, Amor!
Sinto dor,
Deixo doer...
Corroer essa covarde agonia.
Dúvida parida,
Punhal de lâmina afiada
Cravado na alma nua;
Tão tua e minha talvez.
Risada surda arrepia,
Inebria tamanha estupidez.
A tez rubra, quente
Trasbordando, fervendo o desejo.
Passa madrugada
Aumenta a sede
Afogada em mágoas
Ensejo o último suspiro
Em sua boca.

Marta Vaz

Quase saudade


O encanto pelo canto faz cantar;
Nas dores ou alegrias
Nas noites longas ou curtos dias
Tudo lembra alguém.
No vai e vem das horas
Nas pressas e demoras
Tem aquele cheiro, meu bem.
No tapete vermelho, de qual lugar?
Onde nem mesmo chegou a amar.
Nos lábios sedentos e macios
Tudo faz um beijo desejar.
As mãos que envolveriam a nuca
Puxariam os cabelos com vontade
Tudo num piscar de olhos
Antes nas asas de um sonho
Hoje quase saudade.
Marta Vaz