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A menina que vestia rosa



Ela era uma menina que vestia rosa.


Tocava em nuvens com os pés;


Doava sonhos!


Alguns chamavam-na de anjo;


Mas era mais uma menina que vestia seu sonho.


Ela não era "pequinês",


E isso a fez crescer.


Tornou-se adolescente,


Descobriu-se mulher.


E continuou a ter sonhos;


Só que não os doava.


Não lembrava como teria que fazer?!


Seus pés tocavam chão.


Muitas vezes andava em ovos, não mais em algodão.


Do rosa que vestia transformou-se em flor.


Ela conheceu o amor;


E as dores também vieram.


O sorriso deu lugar ao silêncio;


Hoje ela chora!


Pinta-se para disfarçar o pranto;


E o quanto o esquecimento a fez assim.


Uns dizem que se trata de um personagem dela;


Outros nem a reconhecem, ignoram-na.


Encontrei com ela.


Sabia que era ela!


Quando cruzamos o olhar,


Mesmo com tanto a lembrar!


Percebi que o aço do espelho mesmo frio,


Não muda, mesmo calado.


Ela em pedaços,


Refletida pela luz, era aquela!


Que um dia, um sonho fizera-me ter.


Marta Vaz




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