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Gatilho da Alma


Novamente escuridão,
Suores frios, calafrios sem calma.
Fotos rasgadas nas prateleiras
Manchas do sangue que corre nas veias
Espalham-se nas paredes e chão.
Ela está fria,
Olhos brancos e parados
A música se repete na vitrola.
E o piano mudo é agora mais um
Num canto, sem o encanto que o acometia.
Pobres imortais artistas!
Que vestem Arte e estão tão nus em letras e canções!
São verdades ou ilusões?
Talvez suplicas imputadas aos dias
Gozo dos colóquios entre almas
Tão errantes quanto a minha ou a dela.
Não teríamos que ter fechado a janela?
Não!
O perfeito arroubo vem num assalto
Um salto, um passo em falso
E tudo pulsa novamente, tudo é quente
Olhos podem ser frios
Mas o olhar sempre será o gatilho ao êxtase.

Marta Vaz



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