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Um brinde à insônia do que atordoa


 É dor o que se aprofunda na carne,
As palavras como chibatadas repletas de ira, ainda são proferidas sem piedade.
E quanto tempo passou?! 
Mas esfolam, esfolam... 
Sangrando nossas feridas.
Quanto sangue pulsa forte nas veias, escorrendo por essa terra árida de quase tudo.
A gente teima em viver, a gente teima em chegar a essa fonte inesgotável que tentam fazer acreditarmos não existir, não sermos dignas desse tanto.
Sempre foi assim, minhas irmãs morreram torturadas nas fogueiras da inquisição, por ousarem ser... Elas
Tudo em nome de um Deus que a gente não conhecia e ainda não conhece. 
As culpas até hoje são lançadas em nós, como em latrinas cagadas pelos restos podres de que eles são formados.
Até hoje tentam nos sangrar, rasgando nossa carne, abafando nossos gritos, minando nossas forças. Diminuindo quem somos, o que carregamos, o que sentimos e o que já a muito deixamos de sonhar, por pouco ou nada descansarmos.
Eles tentam a todo custo nos chicotear novamente, com palavras, com atitudes, com o desprezo ou por puro prazer,
Buscam acabar com nossos traços, nossa base, ancestralidade.
Do nosso ventre parimos mudanças,
 elas nunca vão deixar de vir pelo gozo, pelo prazer que tentam nos tirar, 
"Doutores" de merda que não sabem nos fazer gozar, nunca souberam!
A cada uma de nós que tentam silenciar enterrando, brota uma nova semente, pulsando latente tudo novamente.
Somos eternas!
Sou Sal, choro sim, choro um mar de esperanças, de vida, de mágoas também.
Não tentem calar esse choro, ele vai muito além do que acham que podem controlar.
Assim volto sempre as origens, onde somos apenas o desejo da Deusa que conheço
E brindando a essa força, desatando cada corrente ,
Busco, busco, busco sempre...
E encontrei bastante das que aqui estiveram,
Sou um pouco de cada uma delas
E o muito que ainda nos falta viver.
Marta Vaz




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