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Libertação


Hoje sou liberta

Alma antes cativa,

Habitando desertos seculares.

Alma que hoje inspira e expira novos ares.

Sou liberta

Inversamente proporcional ao pranto derramado,

As dores de chagas incrustadas

E as lanças atiradas no passado

Hoje sou presente

Embalado, esperando seu verdadeiro dono.

Estou inteira e aberta

Esperta e voraz

Amante da vida, amada por mim

Perdoada das dívidas que contraí

Perdoando devedores que impeli.

Espalmada diante de Deus

Com as linhas traçadas e renegada pelos judeus

No hoje quem entenderia o que sou?

Aquele que morreu e se transformou,

Como eu.

Trago na boca o gosto de um silêncio

Nos ouvidos as vozes da vida,

No peito esperança e certeza no também.

Tem mais alguém?

Escuto um chamado

É seu?

Então vem, aproveite o agora

Não se justifique em demoras

Pois tudo o tempo leva.

Menos ao todo.


Marta Vaz

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