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Ápice


Noite longa, as vozes ecoavam.
Nas paredes e lençóis o irrefutável
Lembranças reviradas da tarde das horas.
É tarde, o corpo sinaliza...
Marcas profundas indicam a trajetória finda.
O recomeço, nos espelhos refletem anseios.
Nas mãos o vazio
No peito só a dor.
Deixa doer, deixa roer toda resistência!
Que se chegue ao âmago desse sentimento.
Toda mágoa lapida ou dilacera.
Segue,
Nessa urgência disfarçada de arte
Segue, tropeçando nos passos.
Mas não pare, segue.
Deixa ir, a hora se aproxima;
Segundos escorrem no tempo
Será o fim?!
Ou finalmente o ápice da obra?!
Suspensão;
Paira suspense, sempre surpresa.
Continue, pouco falta.
Tudo some,
Agora ausência.
Será que nunca existiu?
Calma!
Falta pouco.

Marta Vaz





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