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Sentimentos se confundem
Se fundem as minhas partes
Choro em absoluto silêncio
Escuto o meu coração
Cada lacuna, cada átrio
O fluxo do sangue a ferver
Alimentando cada desejo
Colorindo minha pele
Esfriando nas mãos
Tremulas ao ouvir a saudade
Ao sentir toda emoção retida
Derretida pelas notícias da TV
Sinto o pulsar de cada coração aflito
Reflito, procurando a solução
Para cada falta que me toca
para cada rosto que ao meu se reflete
Meus olhos fitam o desespero
E ao mesmo tempo ao infinito
Busco Deus nos semelhantes
Tão diferentes de mim
Talvez seja essa a principal lição
Amar ao meu próximo
Mesmo que a distância exista
Como que num dom
Aproximando todos pela busca
Encontrando mãos mesmo por vãos
Segurando-as pela fragilidade
Mas firmando-as e confirmando-as
Pelo amor que nos faz irmãos.
Marta Vaz

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